Uma cidade criativa é aquela que investe na cultura e na criatividade como matéria-prima estratégica para a aceleração do desenvolvimento sustentável. Essa é a definição da UNESCO, que mantém uma Rede de Cidades Criativas, criada em 2004, com o objetivo de promover a cooperação internacional entre municípios com esse perfil. Atualmente, a Rede é composta por 180 cidades de 72 países, cuja missão é posicionar as atividades culturais e criativas no centro das suas estratégias de desenvolvimento. Juntos, esses municípios devem formar um verdadeiro caldeirão de ideias e práticas inovadoras, promovendo políticas públicas e projetos de base que favoreçam o envolvimento de todos os cidadãos. No Brasil, já são oito as cidades que integram a Rede: Salvador, Florianópolis, Brasília, Curitiba, Belém, Santos, João Pessoa e Paraty.
Em 2019, a UNESCO receberá novas inscrições para a Rede até o dia 30 de junho. O município interessado em propor sua candidatura deve mapear suas atividades criativas em pelo menos uma das áreas propostas pelo órgão internacional: artesanato e arte popular, design, cinema, gastronomia, literatura, artes de mídia e música. A proposta é estimular e melhorar iniciativas nesses campos, fortalecendo a criação, a produção, a distribuição e a disseminação de atividades culturais, bens e serviços. Um dos caminhos propostos é o desenvolvimento de polos de criatividade e inovação, ampliando oportunidades para as classes criativas e para os profissionais do setor cultural.
Não é desconhecida a capacidade do setor cultural para gerar trabalho e renda. Pesquisas nessa área indicam que, para cada R$ 1,00 investido em cultura, o retorno médio é de R$ 1,59. Nesse sentido, os resultados para os municípios que olham para a cultura como fator estratégico de desenvolvimento são muitos. Ao incentivar negócios cuja base seja o capital intelectual e cultural e a criatividade como capazes de gerar valor econômico, estimulam-se a geração de renda, a criação de empregos e a produção de receitas. Além disso, a integração plena da cultura e da criatividade em planos de desenvolvimento local pelo poder público garante ganhos no campo da cidadania, com a melhoria do acesso e da participação na vida cultural e com a promoção da diversidade cultural e do desenvolvimento humano.
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